Cada lugar guarda histórias que raramente chegam às salas onde se tomam decisões. Ao longo das costas do Brasil, nas florestas e várzeas, as vozes não se impõem com manchetes, mas se revelam em gestos, trabalhos, e na relação íntima com a terra e a água. Nos últimos quatro anos, Luca Crudeli viveu imerso nesses ritmos — atuando entre a fotografia e a economia azul, ouvindo tanto quanto registrando. Suas imagens não são visões solitárias, mas narrativas compartilhadas — construídas em colaboração com contadores de histórias locais e indígenas que carregam a memória dos territórios. À medida que o Brasil se prepara para sediar a próxima COP, este trabalho convida a começar não apenas pela urgência, mas pelo reconhecimento — do que precisa ser visto, e de quem precisa ser ouvido.